quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Matéria minha publicada na edição 204, de agosto de 2016, da revista Manutenção & Tecnologia.
Fenômeno agrícola
Estimulado pelo interesse do agronegócio por tecnologia, 
uso do equipamento avança no campo, aumentando a 
participação do segmento nas vendas dos fabricantes
Por: Evanildo da Silveira
A crescente mecanização da agricultura brasileira tem atraído cada vez mais máquinas típicas dos canteiros de obras para o campo. Também contribui para essa tendência a força da agropecuária, que vem sentindo menos a crise que atinge outros setores da economia. Os números mostram isso. Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio chegou a R$ 1.267 trilhão (ou 21,46% do total), em um crescimento de 1,8% em relação a 2014, ante uma queda do PIB nacional de 3,8%.
No caso dos fabricantes, contudo, são poucos os que falam sobre os números desse crescimento. “Por motivos estratégicos, optamos por não revelar dados de nossa participação ou a representatividade de cada segmento”, esquiva-se Roberto Marques, diretor de vendas da divisão de construção e florestal da John Deere. “O que podemos afirmar é que desde o início das nossas operações com a Linha Amarela, fomos muito bem recebidos pelos produtores rurais. Afinal, temos uma longa história de parceria com a agricultura no país.” Leia mais...

Matéria minha publicada na edição 521, de junho de 2016, da revista Planeta.
Farmácia da mata
O extraordinário patrimônio natural contido na biodiversidade
da Mata Atlântica já está sendo aproveitado por empresas
brasileiras na fabricação de produtos como remédios e cosméticos
Evanildo da Silveira
Com seis grandes biomas – Floresta Amazônica, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Mata Atlântica e Pampas –, o Brasil é o campeão mundial da biodiversidade. O país abriga 13% da vida do planeta e, segundo estimativas, é habitado por algo entre 170 mil e 210 mil espécies conhecidas de plantas, animais e microrganismos. Essa cifra pode chegar a dois milhões, afirmam alguns especialistas.
É como se fosse uma grande rede de supermercados a céu aberto, capaz de oferecer alimentos e materiais para artesanato, móveis, decoração e construção civil, além de substâncias químicas, desenvolvidas em bilhões de anos de evolução, aproveitáveis nas indústrias farmacêutica e de cosméticos, por exemplo. A Mata Atlântica é uma das mais importantes lojas dessa cadeia, que já dá lucros de forma sustentável, fornecendo substâncias para novos remédios e cosméticos.

Em seus remanescentes (restam apenas 12,5% de sua área original), ela ainda apresenta uma riqueza natural das mais importantes do mundo. Ali estão mais de 20 mil espécies conhecidas de plantas, das quais 8 mil são endêmicas (isto é, só encontradas ali); 270 de mamíferos; 992 de aves; 197 répteis; 372 anfíbios; e 350 peixes. Por isso, a Mata Atlântica é considerada um hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta, condição que levou a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a designá-la Reserva da Biosfera Mundial. Leia mais...

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Matéria minha publicada na edição 202, de junho de 2016, da revista Manutenção & Tecnologia.
A conquista do oeste
Extração de calcário no Mato Grosso do Sul utiliza frota de 
equipamentos como escavadeiras, pás carregadeiras, 
caminhões e britadores, que são exigidos ao extremo
Por: Evanildo da Silveira

Fundada há 43 anos, a Mineração Bodoquena soube aproveitar o aumento da cultura da soja no estado do Mato Grosso do Sul para também crescer na extração de minérios químicos e fertilizantes. E como cresceu, diga-se de passagem. No decorrer das décadas, o número de caminhões carregados com pedra calcária passou de três para 50 por dia, enquanto a produção saltou de oito mil para 1,2 milhão toneladas de calcário por ano, mas com capacidade total para dois milhões.
Evidentemente, esse crescimento levou à necessidade de modernização da empresa. No começo, os veículos eram carregados nos braços do próprio fundador, Antônio Aranha, como ele mesmo gosta de contar. Atualmente, a frota da mineradora – que se localiza em Bela Vista, na região de Bonito (MS) – é composta por 17 máquinas, entre escavadeiras e pás carregadeiras, além de diversos caminhões, britadores e moinhos. Neste hiato de tempo, no entanto, muita água (ou melhor, pedra) rolou. Leia mais...

Tecnologia

Matéria minha publicada na edição244, de junho de 2016, na revista Pesquisa Fapesp

Veículos subaquáticos
Protótipos de robôs para uso embaixo d’água são testados
na exploração de petróleo e pesquisas oceanográficas

EVANILDO DA SILVEIRA
A partir da década de 1990, robôs submarinos que navegam de forma autônoma, sem precisar estar ligados a uma embarcação por cabos, começaram a surgir para auxiliar nas pesquisas oceanográficas e na exploração de petróleo e gás no fundo do mar. Com sensores para navegação submersa e GPS, quando estão na superfície, além de motores e equipamentos de comunicação por rádio, eles podem ser programados para ir e voltar de um local predeterminado. Receberam o nome de Veículos Autônomos Submersos (AUV, sigla para Autonomous Underwater Vehicle) e são produzidos por empresas de países como Estados Unidos, Noruega, Japão e França. No Brasil, as pesquisas e os desenvolvimentos nessa área são recentes, e ainda não foi produzido um robô submarino que possa ser fabricado comercialmente. Mas existem pelo menos três protótipos atualmente em fase de testes. Leia mais...

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Ciência

Matéria minha publicada na edição 520, de maio de 2016, da revista Planeta.
Parceria: Tecnologia & Natureza
Pesquisadores usam cada vez mais características de outros seres vivos
para elaborar produtos revolucionários, como dobradiças que copiam mandíbulas de cobras e carros que reproduzem as linhas de um peixe
Texto: Evanildo da Silveira
De 8,7 milhões de espécies de seres que se estima viverem no planeta (não contando bactérias e outros microrganismos), apenas uma, o Homo sapiens sapiens, não é sustentável, ou seja, consome mais do que devolve ao ambiente. Todas as outras, de algum modo, estão em equilíbrio com o ambiente. Se não estão, é porque o ser humano ou algum desastre natural interferiu em suas condições de vida. Por isso, a humanidade tem muito a aprender com seus colegas terrestres.
Na verdade, isso já vem se tornando realidade com o biomimetismo, uma disciplina que leva ao desenvolvimento de novas tecnologias e produtos baseados ou inspirados no que a natureza já fez. Como muitas áreas do conhecimento, essa também deve seu nome ao grego: bios, “vida”, e mimesis, “imitação”. “O biomimetismo é uma forma de pensar que incentiva cientistas, inventores e pessoas comuns a estudar e usar as soluções da natureza para resolver problemas deles”, define a escritora científica canadense Dora Lee em seu livro Biomimetismo – Invenções inspiradas pela natureza. Leia mais...

domingo, 2 de outubro de 2016

Matéria minha publicada na edição 201, de maio de 2016, da revista Manutenção &Tecnologia.
Diversificação estratégica
Em um mercado cada vez mais competitivo, fabricantes
reforçam estratégias comerciais e oferecem produtos com
maior produtividade, segurança e versatilidade
Por: Evanildo da Silveira

Entre 2008 e 2014, os guindautos – também conhecidos como guindastes articulados, veiculares ou caminhões Munck – tiveram uma fase de diversificação de modelos e crescimento de vendas no Brasil. Isso não foi o bastante, no entanto, para livrá-los dos efeitos da crise econômica pela qual o Brasil atravessa. Nesse contexto, as empresas do ramo estão procurando diversificar a sua produção.
Um exemplo é a Imap, de Santo Antônio da Patrulha (RS), que já conta com 40 anos de história na fabricação de máquinas e equipamentos hidráulicos no Brasil, produzindo guindastes telescópicos sobre caminhões (de 30 e 70 ton) e guindautos pesados (de 47, 55, 60 e 70 ton). “Embora também produza cestos aéreos simples e isolados há mais de 30 anos, a Imap e outras indústrias do ramo de produtos hidráulicos para movimentação de cargas e pessoas estão se diversificando para fugir da concorrência com a indústria asiática, em especial a chinesa”, diz seu presidente, José Alfredo Marques da Rocha. Leia mais...

Tecnologia

Matéria minha publicada na edição 243, de maio de 2016, na revista Pesquisa Fapesp

Nas profundas camadas da pele

Boticário, Natura, Theraskin e Yamá se unem com o IPT
e desenvolvem nanocápsulas para uso em cosméticos
EVANILDO DA SILVEIRA

Quatro grandes empresas do setor nacional de cosméticos se uniram para
© EDUARDO CESAR
desenvolver em conjunto uma tecnologia de interesse comum, que poderá dar mais competitividade às parti-cipantes do projeto. Realizado em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), o projeto cooperativo contou com as empresas Grupo Boticário, Natura,  Theraskin e Yamá e levou à criação de dois novos métodos de nanoencapsulação de princípios ativos de cosméticos. Sob a coordenação do IPT, o grupo, ao longo de dois anos, investiu R$ 2,4 milhões, divididos em três partes iguais de R$ 800 mil entre o instituto (que contabiliza o uso dos laboratórios e o pessoal envolvido), as quatro indústrias (que gastaram R$ 200 mil cada uma) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social mantida pelos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC). Leia mais...